quinta-feira, 10 de outubro de 2013

IMAGINAÇÃO SENSÍVEL : o elo perdido


Haverá muitas razões que justifiquem a insatisfação que assola as nossas escolas mas para além das ideologias e das psicologias há um factor biológico determinante. 
Todas as variantes do sistema actual estimulam quase em exclusivo a área do cérebro que controla a lógica formal, o pensamento racional e a linguagem verbal. 
E nas cada vez menos disciplinas que estimulam a área responsável pelas sensações e capacidades empáticas do indivíduo, nenhuma tem um método destinado a conectar essas duas metades da nossa vida, produzindo aquilo a que subjectivamente chamamos de um sentido: um fio condutor que nos dá a sensação de pertencer a algo maior do que nós, um mundo, uma comunidade, etc.

    
A escrita e a leitura são tecnologias ideais para recuperar esse equilíbrio biológico, desde que atenuemos a intelectualização de que foram alvo e introduzamos técnicas que se foquem na nossa capacidade de imaginar, e de sentir o que estamos a imaginar, durante o acto de ler ou de escrever
A verbalização e partilha dessa experiência (modulada por certas regras) conclui o processo de conectar as áreas cerebrais opostas. 
Ao unir as duas, unimos a percepção do Eu e do Outro. 
Subitamente, em vez criticar, competir, manipular, ficamos mais interessados em apoiar, cooperar, harmonizar. Vivenciar a beleza humana, a partir do seu interior.





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